sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Canal: TVI

O segundo canal privado do país, a TVI, foi inicialmente confundido como sendo um canal religioso, da Igreja. Começou com uma programação nada atractiva e não se conseguia impor no monopólio criado pelas duas gigantes, RTP e SIC. Com produção mexicana, alguma brasileira, outra tanta internacional e ainda a fraca produção nacional, a TVI não tinha motivos para sorrir. Contudo, desses tempos inglórios em que a estação praticamente afundou e esteve às portas da falência, destacam-se programas que jamais nos deixaram a memória, de tempos áureos e que infelizmente já não voltam. Quem não parava em frente do televisor para ver a dupla de palhaços mais animados da estação, “Batatinha” e “Companhia” no programa “Batatoon”? E quem não acompanhou os primeiros passos de Pamela Anderson na imperdível série “Marés Vivas”? e quem se esquece da eterna “Amiga Olga”?


Foram tempos difíceis por onde a estação andou, mas valeu-lhe um erro crasso da sua maior concorrente para que a estação iniciasse um caminho ascendente e repleto de glória. Estava-mos no ano de 2000, com a estação à beira da falência e um concurso polémico a ser renegado pela SIC, ou melhor, a ser adquirido pela estação de Carnaxide possivelmente nunca iria ver o nascer do dia. Foi com esse trunfo renegado que a TVI cresceu e muito. Da época “Big Brother” nunca ninguém se vai esquecer. Grande impulsionador da estação e da ficção falada em português de Portugal. A primeira novela a conseguir superar as novelas da Globo, “Olhos de Água” ficou registrado como o maior sucesso de sempre e nunca será esquecido. Contudo, outras histórias irão sempre ficar ligadas a esses tempos, aliás foi a série da TVI “Todo o Tempo do Mundo” a primeira produção a obter bons resultados à custa do tão falado concurso. Mas a estas duas produções junta-se ainda outra, “Jardins Proibidos”.
A escada rumo ao sucesso estava lançada e devia-se principalmente a um homem: José Eduardo Moniz. Director-geral da estação durante dez anos, chegou com ideias inovadoras e com o rumo traçado, a vitória era o seu principal objectivo. Apesar do crescimento a olhos vistos, a estação não conseguiu, ao longo destes dez anos de glória, mudar e diversificar a sua oferta. Pouco mais do que as novelas resultam na estação. Programas familiares e séries juvenis são as únicas coisas que ainda vão resultando, a informação também é uma aposta, mas já viu melhores dias. Prova disso é o canal do cabo, “TVI24”, que permanece como um dos menos vistos dos canais de notícias. Mesmo os concursos, grandes impulsionadores da TVI, parecem já não resultar. O último a ir para o ar já mostrou um grande desgaste do formato. Enquanto a estação se for aguentando com a fórmula de sempre vai indo tudo bem, mas quando algo falhar e um erro crasso for cometido, ainda resta o trunfo final de que há muito tempo se fala e se aguarda, o regresso do impulsionador da estação, o grande “Big Brother”.

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