Actualmente, nos dias que correm, aquilo que outrora era sinónimo de garantia para um futuro pleno e repleto de sucessos já não o é. Terminar um curso nos dias de hoje é tão vulgar que o peso de ter uma licenciatura já é praticamente, se não o for já, nulo. Sendo assim, de que adianta ter estudos superiores? Bom, para aqueles que procuram saber o porquê, qual a razão maior, que leva a prosseguir os estudos é fácil de explicar e traduz-se numa vontade de querer saber e aprender sempre mais. Hoje vive-se o que será uma obrigação daqui a uns anos, estudar sempre e cada vez mais ao longo da vida. A Crise de que tanto se fala é, por vezes, uma forma de culpabilizar o Estado, contudo, se olharmos bem e analisarmos todos os pontos e subpontos, de quem é, afinal, a culpa? Do Estado que permitiu aqueles que não têm emprego terem uma fonte de rendimento, ou dos que se aproveitam dessa fonte para nada fazerem? Das pessoas que têm posses mas que andam sempre a usufruir dos recursos que apenas estariam destinados aos mais necessitados? Ou para além disto, das pessoas que mantém estilos de vida muito superiores do que aquilo que realmente podem ter? Vive-se, hoje, num Mundo do faz de conta. Faz de conta que sou Professor, porque apesar da licenciatura não tenho colocação em lado nenhum, faz de conta que sou Enfermeiro, porque na verdade sou protestante e veterano em manifestações, faz de conta que sou rico, porque na verdade só tenho dívidas para manter aparências, faz de conta que os estudos servem para alguma coisa, quando na verdade o que importa são números, faz de conta que o país é perfeito porque até recebe muito bem o Papa, mas na verdade está a beira do colapso, faz de conta que se é feliz, porque para triste já basta a vida que se tem…
Afinal, num país de faz de conta, de que serve ser-se verdadeiramente o que se é? Afinal, ainda adianta ser e querer ser alguém? Num país decente talvez, agora aqui, faz-se de conta…
A cada ano que passa é comum ouvir-se dizer que as coisas estão cada vez mais negras no país. Que já não oferece as condições que oferecia outrora, que está acabado e à beira do precipício, havendo quem seja apologista de uma junção entre Portugal e Espanha. Há quem peça a ditadura de volta, há quem queira um novo Salazar no poder, há quem desespere a cada dia que passa no país em busca de um dia melhor, há quem desista dos sonhos, há quem renegue a sua pátria, há quem fuja para outros países à procura de um novo lar. Afinal o que se passa? O que é preciso fazer?
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