sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Canal: SIC


Quando falamos da SIC, vêm-nos à memória a época de ouro do primeiro canal privado do país. Visto como uma alternativa ao monopólio da gigante RTP, rapidamente começou a conquistar os telespectadores e a fazer o que, mais tarde, a TVI fez também. Apostou nos actores portugueses, em concursos e programas inovadores, fazendo principalmente aquilo que a estação do estado não fazia: serviço público. A SIC mobilizou esforços e foi para a rua ouvir os portugueses, sendo durante muito tempo a voz de quem não se conseguia fazer ouvir.

A época de glória, infelizmente já lá vai, as grandes séries como “Médico de Família”, “Camilo e Filho”, “Fura Vidas”, “Não és Homem Para Mim”, “Cuidado com as Aparências”, “Residencial Tejo”, “Não há Pai!” entre muitas outras já fazem parte do passado, o reinado da produção brasileira, no formato de série ou novela também já terminou. Hoje em dia o país já não pára para ver o desfecho de uma produção de ficção brasileira, mas já parou! Os programas que marcaram gerações e os momentos neles passados já não voltam. Quem não se lembra do mítico “Ponha, ponha ponha!” do “Agora ou Nunca” de Jorge Gabriel? Ou de programas como “All You Need is Love” e “Surprise Show”? A mítica frase “O Juiz decidiu está decidido”, do programa “Juiz Decide” ou das maravilhosas “Receitas do Dia”? Dos inesquecíveis desenhos animados às 18h, como o “Dragon Ball” e tantas outras memórias de um tempo que não volta?
Pode-se afirmar hoje, após quase 20 anos do aparecimento da estação privada no país, que aquela que maiores alegrias nos deu também nos deu as maiores desilusões, as maiores tristezas. Ver os actores fugirem da SIC, ver programas sem conteúdo algum e que nem sequer cumprem o seu dever de levantar audiências merecer honras de horário nobre, ver uma guerra aberta com os canais concorrentes na disputa pelas audiências no mesmo horário com produtos semelhantes, ver a estação afundar e precisar de programas de call-tv em pleno horário nobre, ver os erros constantes na escolha de programas que poderiam dar certo, mas que são colocados em horários errados e tantas outras falhas que doem mais do que se pode pensar, fazem com que todos se afastem da estação. Fiéis são aqueles que ainda vão preferindo a qualidade à quantidade, dos que esperam um dia ver os bons apresentadores, guardados na geladeira, à frente de um programa à sua altura, regressar os bons programas de humor, de informação, de ver a ficção nacional em alta…no fundo, fies são os que ainda acreditam em milagres e no regresso de um tempo que parece ter ficado, para sempre, arrumado na nossa memória…

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